Bem-vindos ao Esquecimento!
As Chaves da Torre é um RPG narrativo de Realismo Mágico que trata de abandono e esquecimento. É um jogo sobre memórias, no qual os personagens são pessoas que foram apagadas das lembranças, tiveram suas histórias reescritas e tornaram-se pessoas invisíveis. Não bastasse isso, elas se deparam com um mundo invisível de conceitos, coisas e lugares também invisíveis, escondidos à plena vista do restante da humanidade. Toda a fantasia é construída ao redor da mitologia da Torre, uma entidade inefável e inalcançável que supostamente controla as memórias das pessoas e, assim, os rumos da vida no planeta.
Toda atividade ao redor da Torre faz parte de uma intrincada rede de corrupção e conspiração, um plano secreto de controle e poder. Em suas histórias, você lidará com agentes executores desse plano; de criminosos de rua e autoridades corrompidas a cabalas de sociedades secretas e corporações inescrupulosas. Enfrentará as forças do Oblívio, se esquecerá e será esquecido em busca de suas memórias perdidas, resistirá às tentações da magia ou se renderá a ela perdendo o que lhe resta de identidade e humanidade.
O Sistema Mosaico
As Chaves da Torre utiliza o Sistema Mosaico como suporte às regras criadas para se enquadrar em sua proposta - contar um jogo sobre memórias, esquecimento e abandono.
O Sistema Mosaico tem suporte em dois baralhos de cartas customizadas, um com Cartas de Tema e outro com Cartas de Chave. Elas são utilizadas nas regras referentes à narrativa colaborativa, um grande pilar da estrutura do jogo, na qual os jogadores Protagonistas assumem momentaneamente a função de narrador a fim de contar parte da história, orientados pelo conteúdo das cartas.
TEMA + PALAVRA CHAVE = NARRATIVA COMPARTILHADA
Por sua vez, dados coloridos são utilizados para a resolução de conflitos, os testes do jogo. Durante um conflito a cor deles faz diferença: os dados de poder (vermelho) referem-se à força e precisão de uma ação; os dados de tempo (amarelo) referem-se à velocidade e duração de uma ação; os dados de tamanho (azul) referem-se à escala e amplitude de uma ação; e os dados de dificuldade (preto) referem-se aos elementos atuantes em desfavor do personagem durante uma ação.
Eles serão rolados juntos e cada dado com valor 5 ou 6 em um dado colorido concederá um sucesso ou vantagem. Nos de dificuldades é o contrário, surgem os infortúnios e complicações que a cena de conflito pode gerar.
Além disso, o Sistema Mosaico possui regras intuitivas e narrativas para magia, na forma de desejos, condões e tabus. Utilizando a magia corruptiva da Torre, o personagem pode alcançar feitos fantásticos, porém também se perder em meio à corrupção de sua essência, o que pode despertar suas sombras interiores, esvaziar suas memórias ou assombrá-lo com psicodelia viva.
Um mundo de realismo mágico
apresentado por pontos de vista
Dentro da ‘fantasia urbana’ As Chaves da Torre optou por abraçar um cenário mais próximo do dia a dia dos personagens e dos contextos geopolíticos e culturais que rodeiam o leitor brasileiro. Por isso, é um jogo de ‘realismo mágico’!
O tealismo mágico é uma corrente artística e literária marcante da América Latina, que se consolidou durante a década de 60 como reação aos regimes ditatoriais da época. O jogo é ancorado nas maravilhas da fantasia, porém fincado em algo reconhecível – uma cidade, uma rotina, uma sociedade. No realismo mágico o maravilhoso se mistura com o cotidiano dos personagens.
Apesar das influências de autores como Susanne Clarke e Neil Gaiman, nos é mais próximo o contexto apresentado por Dias Gomes, Murilo Rubião, Jorge Luiz Borges, Gabriel Garcia Márquez e Mariana Enriquez. A estética do jogo encontra-se em uma ciranda: Cem Anos de Solidão dança com Lugar Nenhum.
Esse cenário de um quotidiano oprimido pelas influências místicas e corruptivas da Torre, disputando o controle das lembranças, é apresentado no livro por seres que habitam o Mundo Esquecido – de pessoas apagadas da história a ideias que tomam corpo para se manter relevantes. São vozes do esquecimento que apresentarão aos leitores como as coisas funcionam na realidade surreal desse mundo invisível, através das suas experiências e pontos de vista particulares. Portanto, um mesmo contexto pode conter diversas verdades. Não existe preto e branco.
Jogue para descobrir a sua própria verdade! O Mundo Esquecido pelo seu próprio ponto de vista.