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Foto do escritorA Luluzinha

Notícia: Sobreviventes Chegam em Nova Lima

A esperança é uma coisa estranha, você não acha? Fomos abandonados pelos outros: governadores, familiares, líderes da comunidade - qualquer pessoa que possuía a responsabilidade de nos proteger. Deixaram a população para morrer enquanto procuravam sua própria forma de sobreviver. Como eles devem estar agora?

Enfim. Não basta ter rancor dessa traição, como também estamos morrendo. Cansados de viver em um mundo que a neve só cai, trabalhamos dia e noite para ver as pessoas que amamos definhar no frio, sem qualquer perspectiva de futuro. É desanimador.

Mesmo assim, depois de tudo isso, ainda acreditamos que as coisas podem melhorar... Animamos nossos colegas para que não desistam da vida, pedimos confiança em nome de um amanhã hipotético. Temos fé em alguma coisa.

E eu sei que é contraditório, mas ainda bem que continuamos a cultivar esperanças. Após mais de um mês de viagem, eu e meus amigos (Lucas, Matheus e Joana) encontramos sobreviventes! Apesar de serem mais bocas para alimentar, são pessoas que podem fazer a diferença.

Agora, com novas pessoas para ajudar na nossa luta, talvez eu esteja realmente acreditando na possibilidade de darmos um jeito nessa situação. Veremos.

 

Quem são esses sobreviventes?

Nas tardes dos dias 1 e 2 de junho de 2024, dois grupos de sobreviventes foram avistados no Centro de Eventos PRO MAGNO, em São Paulo. A operação de resgate foi iniciada imediatamente, buscando atender suas necessidades e abordar quais perigos a neve poderia conter.

Grupo de sobreviventes, dia 01/06. Imagem tirada por Micael Fernandes.

O primeiro grupo foi apreensivo com a viagem, buscando não cometer erros para evitar que medidas extremas fossem tomadas. "Usamos as latas de milho e tomamos todo o cuidado para racionar as refeições, eu só não queria jantar ratos!", disse uma das sobreviventes.


Durante todo o período, ficaram com medo e questionaram o que poderiam encontrar, mas não perderam uma oportunidade de explorar o seu entorno, buscando maneiras de promover conforto para as pessoas que amam. "Eu só quero tentar achar um bichinho de pelúcia para a minha filha, sabe? Ela merece um carinho no meio de tanta desgraça..."


O melhor de tudo foi encontrado na última página do diário em que carregavam: o apreço pela presença uns dos outros. Sabiam que essa era a chave para tudo dar certo, para sua sobrevivência:


A verdade é que eu me faço de difícil, mas sou grato por ter tido a companhia das suas tiazinhas e do banana do João. Chegamos em Nova Lima, com segurança.

Grupo de sobreviventes, 02/06. Imagem tirada pela Editora Caleidoscópio.

O segundo grupo já possuiu um modo diferente de agir: queriam arriscar, testar seus conhecimentos, mesmo que as coisas fossem dar errado. "Jogamos fora uma parte do calor que estava armazenada, o que vai acontecer conosco agora?", disse o mais novo dos sobreviventes.


Durante o período, sentiram a pressão do frio e a tensão do mundo congelado, entretanto, nunca deixaram alguém se levar pelo desespero. Cuidaram uns dos outros, alimentaram as possibilidades do futuro e fizeram ações das quais podem se orgulhar.


O mais marcante aconteceu quando encontraram uma escola: queriam proteger o futuro dos jovens de Nova Lima. Com uma caixa de violão que foi encontrada no caminho, carregaram várias apostilas para ensinar conhecimentos básicos que forma perdidos. Para eles, a educação significava futuro.


 

Afinal, o que podemos aprender com isso?

Todos os nossos grupos de sobreviventes sentiram medo em diferentes níveis. Alguns estavam tensos pelas medidas extremas, enquanto outros se preocupavam com a quantidade de recursos restante. De qualquer forma, podemos dizer que tensão foi a palavra chave.

E o que os manteve vivos nessa viagem foi algo que cultivaram sozinhos: a esperança em comunidade. Ninguém se deixou abandonar, seja pelos pensamentos deprimentes, pelas cicatrizes ou pelas falhas ocorridas durante as aventuras. Isso sem contarmos que ambos grupos pensaram em Nova Lima e nas possibilidades de reascender a perspectiva de um futuro melhor.

Isso é A Neve Sobre Nós.


 

E quem é a autora?

Meu nome é Luiza, mas geralmente sou conhecida por "Luluzinha". Tenho 23 anos e sou formada em Letras - Português, na Universidade Federal de Santa Catarina.

Trabalho como criadora de conteúdo de RPG desde 2020 e, em 2022, comecei a atuar como autora no meu primeiro projeto: Solaria. Desde então, publiquei sistemas de bolso, escrevi aventuras, cenários e revisei algumas obras por aí.



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